No passado mês de julho, um navio petroleiro ficou encalhado num recife de coral junto à costa do arquipélago das Maurícias. Semanas mais tarde, já em agosto, a embarcação, com 300 metros de comprimento, acabou por se partir em dois, derramando mais de 800 toneladas de crude. Este é o pior desastre ecológico que alguma vez ocorreu nestas ilhas.
O recife impactado é um ecossistema importante, onde prosperavam raras espécies marinhas. Há também uma reserva marítima natural perto, a Blue Bay Marine Park Reserve, que foi atingida.
À agência espanhola Efe, Mokshanand Sunil Dowarkasing, assessor ambiental nas Maurícias, assegurou que “o impacto deste derrame de petróleo vai durar muito tempo”, sublinhando a ideia de que será necessário “pelo menos um ano para conhecer o verdadeiro impacto” da catástrofe. Dowarkasing defendeu também a necessidade de uma urgente “avaliação independente” dos danos causados na fauna e na flora marinhas e também na economia local.
Este acidente ambiental tem ainda impacto direto no bem-estar dos cerca de 29.000 mauricianos dependentes do setor pesqueiro e do setor de aquacultura. Trisha Gukhool, ativista local, revelou a preocupação com “a repercussão que terá na forma de ganhar a vida das pessoas, em especial das mulheres, que vivem da pesca ou da manutenção dos barcos”.
A organização ambientalista Greenpeace considera que esta crise sem precedentes deveria servir para "acelerar o fim do uso de combustíveis fósseis".
Segundo o Ministério da Economia Azul, Recursos Marinhos e Pescas, “o Estado das Maurícias responsabiliza o proprietário e o segurador do petroleiro por todas as perdas e danos causados”. A empresa japonesa Nagashiki Shipping, proprietária da embarcação acidentada, comprometeu-se a pagar uma compensação "de acordo com a lei".
Fontes:
- https://www.publico.pt/2020/08/18/mundo/noticia/detido-capitao-petroleiro-fez-derrame-mauricias-1928488
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